A noite estava fria e convidava a ficar em casa, mas na acolhedora sala da Casa da Música eram muitos os fãs que esperavam para ouvir ao vivo a voz invulgar de Scott Matthew, que regressa ao país que conhece bem, depois de já ter cá estado a convite de Rodrigo Leão.
Foi ao som de “To Love Somebody”, um original dos Bee Gees, que o australiano subiu ao palco. “Vamos tocar alguns originais e uns covers e veremos como corre”, disse Scott Matthew no início da noite. E a verdade é que o resultado não poderia ter sido melhor. Para além de temas como “For Dick” e “In The End”, fizeram parte do alinhamento êxitos bem conhecidos como “Dance With Somebody”, “Harvest Moon” e “L.O.V.E”, cantados também em coro pela plateia.
Numa espécie de regresso ao passado, nos “tempos em que era mais revoltado do que agora”, o músico, que já pertenceu a uma banda punk, interpretou “Anarchy in the UK”, seguindo-se “Abandoned” e uma versão de “Love Will Tear Us apart”, dos Joy Division.
As quase duas horas de concerto foram como um serão bem passado entre amigos, onde não faltaram as conversas e as gargalhadas num ambiente intimista e de grande cumplicidade entre o palco e a plateia. “No final ainda podemos ir tomar uns copos juntos”, disse o cantor australiano.
Apesar da boa disposição do músico, capaz de contagiar qualquer plateia, a noite foi de canções tristes como previu Valter Lobo. O português ocupou o palco antes de Scott Matthew na companhia de Jorge Moura para apresentar “as canções mais tristes deste Inverno”. “Eu Não Tenho Quem me Abrace Neste Inverno” e “Pensei que Fosse Fácil”, são alguns temas do EP que promete ser a banda sonora perfeita para um serão passado em frente à lareira.