Para o palco principal estavam marcados dois grandes momentos, Elton John e o reencontro dos Trovante, mas pode-se dizer que a noite foi mesmo do cantor de “Nikita”, que sentado ao piano e no seu jeito inconfundível, encantou os festivaleiros, que se dirigiram ao Parque da Bela Vista para o ver.
Mas de outros momentos únicos se fez a história deste segundo dia, que começou às 17h00 no palco Sunset, com os Soulbizness & Zoey Jones, naquele que era considerado como um dos dias mais fortes deste palco e ficou provado porquê.
Pouco passava das 18h00, quando Tim subiu ao palco do Sunset, para o que prometia ser um grande momento musical. A atravessar um grande momento da sua carreira, com o lançamento recente do seu álbum Companheiros da Aventura e com o lançamento anunciado para dia 31, do DVD do concerto dos 30 anos dos Xutos, no Estádio do Restelo, o artista natural de Almada mostrou porque é um dos músicos portugueses mais acarinhados pelo público e transversal a diversas gerações.
“Sempre com um sorriso na cara”, como dizia uma senhora que estava na primeira fila do concerto,e com um ar bem-disposto, Tim brindou o público com algumas canções do seu mais recente trabalho a solo, e outras novas, como “Voar” ou “A hora das Gaivotas”, até à entrada da sua “grande amiga” Mariza, e foi depois um concerto de amigos e para amigos que se seguiu.
O público estava entusiasmado, batia palmas e cantava as músicas todas, quer de Tim, quer de Mariza, como por exemplo em “Rosa Branca” (tema que a artista já tinha interpretado no dia anterior no Palco Mundo), especialmente num “namoro” musical invulgar, entre o fado e o rock, a guitarra e a guitarra portuguesa, com os dois artistas sempre bem-dispostos.
Muito animada foi também a interpretação de “Senhor Vinho”, no qual uma Mariza brincalhona convidou os presentes para irem até à casa de Tim, beber um “copo” e fazer um brinde.
Outro grande momento foi a interpretação de “O Homem do Leme”, uma das canções mais emblemáticas dos Xutos e a quem Mariza deu um toque de fado. O solo de guitarra portuguesa, interpretado pelo jovem Ângelo foi outro dos grandes momentos musicais deste concerto, que esteve repleto deles, como por exemplo a surpresa “Light My Fire” dos The Doors.
Surpresa e inesperada foi de certeza a subida ao palco de Rui Veloso (que ía actuar de seguida) e que num raro momento em público cantou com Tim, Mariza e Zé Ricardo (organizador do alinhamento do Sunset) o tema “Voar” (que o músico canta com Tim no novo trabalho), uma verdadeira prenda para os fãs dos artistas e da música portuguesa.
Também muito animado e com grande participação do público esteve o concerto de Rui Veloso, na qual marcaram presença dois convidados do Brasil, Toni Garrido e Maria Rita.
Durante a primeira parte do concerto foram interpretados músicas do artista português e outras de Toni Garrido, como “Girassol”, “A Sombra da Maldade” e “Rimas de Saudade” que contou com a participação de Boss AC, que puseram toda a gente a dançar ao ritmo quente e animado característico das músicas brasileiras.
A passagem entre a exuberância de Toni Garrido e a serenidade de Maria Rita foi feita ao som de “Paixão (segundo Nicolau da Viola)”, um dos temas mais queridos aos fãs do “pai do Rock Português”, que não se fizeram rogados de cantar com o músico.
Maria Rita encheu o palco com a sua beleza e a sua voz, de características tão ricas, e trouxe temas como “Caminho das Águas”, “Cara Valente” e “Num Corpo Só”.
De Rui Veloso ouviram-se ainda “Porto Sentido”, “Jura”, e para terminar (tal como começou) e numa referência aos 30 anos de carreira que o músico completa este ano e que agradeceu ao público, ouviu-se “Chico Fininho”, com a participação de Toni Garrido e Maria Rita e é claro com o público, que em todas as músicas do artista português fez questão de fazer coro e mostrar que conhece as letras todas.
Um dia de festa sem dúvida para os artistas portugueses que passaram pelo Parque da Bela Vista.
Pelo parque, outros sons se ouviam e outros animações aconteciam, no Stand do Brasil, os ritmos do Brasil marcavam o ritmo e a exibição de capoeira prendia a atenção de quem por lá passava, no resto do parque o rock e a música pop ganhavam terreno.
No palco Mundo, a honra de abrir os ânimos do dia coube ao jovem João Pedro Pais. “Palco de Feras”, “Até Nunca Mais”, “um Volto Já”, “Louco” e “Nada de Nada” foram alguns dos temas que animaram quem já ocupava a alameda verde que rodeia o palco principal do festival.
Com uma plateia mais composta e a noite a cair, foi a vez da americana Leona lewis surpreender e conquistar os portugueses, com temas como “Brave”, “Dont´t Let me Down”, “Forgive Me, “Love Letter”, “Bleeding Love”, entre outros.
Depois de um grandioso fogo-de-artifício, à meia-noite, era vez de um dos momentos mais esperados e anunciado do Rock in Rio 2010, a actuação dos Trovantes, que muita gente já não via ao vivo desde 1999, no Pavilhão Atlântico.
A banda (que terminou oficialmente em 1991) trouxe alguns temas como “A Xácara das Bruxas”, “Travessa do Poço dos Negros”, “Noites de Verão”, mas foi em temas como “Perdidamente”, apartir do poema “Ser Poeta é…” da autoria de Florbela Espanca, “Saudade” e “125 Azul”, os temas mais conhecidos da banda, que o público aderiu mais e fez coro com Luís Represas e João Gil, encerrando assim a noite de actuações no palco Mundo, já próximo das duas da manhã.
Depois, o parque transformou-se numa grande discoteca em céu aberto, com a actuação de 2 Many Dj’sLive. A electrónica continuou também a “bombar” com Drop the Lime e Major Lazer. A festa acabou por volta das 4 da manhã, prometendo voltar já na próxima quinta-feira, dia 27, com destaque para as actuações de Snow Patrol, Muse e dos “campeões” Xutos & Pontapés, em mais um dia que promete ser de grande afluência.
Texto de Elsa FurtadoFotos de Francisco Lourenço e Elsa Furtado