A mostra tem curadoria de Paulo Pires do Vale, e é o primeiro passo de quatro, de uma exposição que vai ocupar a igreja até julho.
Para esta parte – Vão, que vai estar patente até dia 27 de fevereiro, Paulo Pires do Vale partiu da hagiografia de São Cristóvão para “propor um ensaio sobre a vida como caminho, a existência como viagem, o Homo Viator seja viajante, nómada ou deslocado”, tendo para isso o curador esvaziado o edifício dos seus ornamentos e mobiliário, de forma a que no espaço exista apenas o corpo e a voz.
“O Projeto Vão assenta sobre a ideia comum de transporte e transformação, numa estreita ligação com a vida de São Cristóvão, o gigante que ajudava os viajantes a atravessar um perigoso rio”, explica a organização em comunicado, explicando ainda que essa ideia materializa-se em duas criações – a oração coreográfica Ringue e a peça vocal Corações ao Alto, de Margarida Mestre, que se apresenta nos dias 20 e 21 de fevereiro, e é uma criação vocal inspirada nas sonoridades de celebrações religiosas e conta com a participação de 30 lisboetas.
O Projeto Vão realizará ainda na Igreja de São Cristóvão visitas participativas para crianças, entre os 7 e os 9 anos, desenvolvidas em colaboração com alunas da Escola Superior de Educadoras de Infância Maria Ulrich; e uma conversa, que encerrará o ciclo, intitulada O Corpo, o Lugar e a Distância.
No exterior, vai estar ainda uma instalação de Martin Monchicourt, Attention a La Marche, que sinaliza a partir das Escadinhas de São Cristóvão, o caminho para a exposição.
A exposição integra o projeto do Orçamento Participativo de Lisboa Arte por São Cristóvão que tem por objetivo promover a Igreja de São Cristóvão na Mouraria e o seu património, tendo em vista a angariação de apoios para o seu restauro.
Texto de Elsa Furtado