Sobre a West-Eastern Divan Orchestra diz a Fundação Gulbenkian que esta: “Tem a clara intenção de ajudar a ultrapassar as barreiras e os conflitos históricos entre israelitas e palestinianos, a partir do gosto pela música que os leva a conhecerem-se melhor e a superarem ódios e desentendimentos. Para os criadores da Orquestra, a única convicção política sobre o conflito do Médio Oriente é a de que nunca será resolvido pela via militar. Acreditando que os destinos dos dois territórios estão ligados para sempre, Said e Barenboim quiseram mostrar, com esta Orquestra, que só construindo pontes se pode encorajar as pessoas a ouvirem os dois lados do conflito”.
O presidente do Júri do Prémio, Jorge Sampaio, declarou: “A escolha da West-Eastern Divan Orchestra é oportuna e exemplar a vários títulos: celebra o poder de comunicação universal da música e a sua capacidade de transcender divisões e conflitos; aposta nos jovens e na sua aptidão em encontrar soluções novas para problemas velhos; é uma chamada de atenção para um conflito que grassa há décadas e se repercute numa região inteira. Mas é também a celebração do valor do diálogo intercultural e do seu contributo para a harmonia e a paz”.
O Prémio Calouste Gulbenkian é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido pelo seu papel na defesa dos valores essenciais da condição humana. Vem substituir os cinco prémios Gulbenkian, criados em 2006 para assinalar o cinquentenário da Fundação que, entre 2007 e 2011, atribuíram prémios nas áreas de Direitos Humanos e Ambiente, Arte, Ciência, Beneficência e Educação.
A West-Eastern Divan Orchestra tem atuações previstas para o mês de agosto no festival de Salzburgo.
Texto de Isabel Baptista