Quem se deslocou ao cinema São Jorge, para assistir à abertura do Festival, deparou-se com uma casa cheia e bem animada.
Fernando Galrito, director artístico da MONSTRA, que fez as honras da casa salientou esse facto e o crescimento que a Monstra tem tido ao longo de uma década.
Depois de uma primeira edição dedicada ao cinema de animação de animação “voltamos à língua portuguesa”, afirmou o director artístico do evento.
E é nesse sentido que surgiu o programa de retrospectiva de animação portuguesa, construída numa base cronológica, que começa com O Pesadelo de António Maria, de 1923, o primeiro filme de animação português do qual existem os desenhos e uma reconstituição em suporte digital, seguindo-se filmes animados, muitos deles publicitários, de 1941, 1965, 1966, 1970, 1975, 1976, 1978, 1982, e shshsh Sintonia Incompleta, de 2000, de Mário Neves.
A primeira noite da MONSTRA foi também marcada com a estreia do filme Várzea que juntou os poemas e música de Armando Servais Tiago e realização de José Manuel Xavier os antigos mestre e discípulo, que hoje são “mestre e mestre”, como disse Fernando Galrito, e “amigos”.
Experimentalista, Várzea é um poema animado, que sem palavras, faz voar o espectador ao longo das imagens, onde vai podendo aperceber-se da várzea, do poema, da música, dos pássaros.
Antes, o Festival foi palco da projecção de uma animação sobre a criação de um projecto.
Aedificandi, criado por arquitectos, músicos, coreógrafos, performers, e que tem como base a arquitectura e a criação, visou unir as diferentes belas artes, fazendo, em diferentes momentos, alusão a cada uma delas.
O MONSTRA segue até ao dia 21 de Março, em salas tão diversas de Lisboa, como o São Jorge, City Classic Alvalade, Museu da Marioneta, Museu Nacional de Etnologia, Teatro Meridional, Fundação Calouste Gulbenkian, Escola Secundária D. Dinis e Fnac.
Por Catarina Delduque