Optimus Alive: Dia 2, 40 000 pessoas vibraram ao som do rock de Xutos, Iggy Pop e Foo Fighters

foto de Rúben Viegas / E.I.N.
 
Foto de Rúben Viegas / E.I.N.
Reportagem de Patrícia Vistas (texto) e Sara Santos (fotos)

 

O segundo dia do Optimus Alive estava marcado para o rock, era dia de abanar o pescoço. Começamos o nosso caminho no palco Super Bock, no palco atuavam os Seasick Steve, rock da velha guarda, com guitarras no mínimo estranhas. Com 1, 3, 5 cordas, com pedaços de carros, pregos, metais (seriam arames?) a fazer parte das mesmas, com os braços com tatuagens que nos fazem perguntar “onde andaria ele com a cabeça para fazer aquilo?”, fazem um espetáculo antes de ser espetáculo.  Agarrado a uma garrafa de vinho tinto pegou nos fãs e fez deles o que quis, a tenda ficou cheia e vimos gente aos pulos por toda a parte.

Demos um saltinho ao palco principal e deparamo-nos com um cabelo vermelhíssimo do vocalista dos My Chemical Romance, vinham armados de pop misturados com punk e cheios de temas prontos para fazer levantar os pés do amontoado de gente que já guardava lugar para Foo Fighters.  A banda vinda de New Jersey, USA mostrou temas como “Mama”, The Only Hope For Me Is You” e a aclamada “Black Parade”.

Voltámos ao palco Super Bock, estávamos curiosos para ver o que os Bombay Bicycle Club nos iam apresentar. “Que betinhos”, ouvia-se, quando entraram em palco. A roupa não lhes fazia jus, é verdade, mas pegaram nas guitarras tão “indie mais indie não há” e pegaram numa tenda a meio e transformaram numa tenda cheia com coros a cantar “It’s always like This”. Ao nosso redor surgem fãs Londrinos eufóricos para ver a banda dos seus conterrâneos.

Uma corrida até ao palco principal mostrou-nos que Xutos serão sempre Xutos, e tem um público fiel e algumas t-shirts com o seu nome eram avistadas no recinto. O burburinho era constante, “O Zé Pedro vem?”, e veio e revigorado dizendo “Já tinha saudades de estar aqui”, pois nós também Zé Pedro. Fizeram um best off à carreira e mostraram porque são intemporais.

Temas como “Não Sou o Único”, “Ai se Ele Cai”, “Chuva dissolvente”, “Contentores”, foram algumas da cantigas ecoadas em coro. Era a primeira vez dos Xutos no Alive e sim e não será a ultima certamente.

Ainda fomos a tempo de ver Primal Scream , um concerto muito aguardado por nós, e pela tenda cheia de fãs. Bobby de camisa prateada e o cabelo que tão lhe é característico é frenético em palco, não pára de mostrar para o que ali está. A surpresa passa por maioria dois temas serem do já antigo álbum Screamadelica, que deixa, aliás, os fãs agradados.

Estava na hora de Iggy Pop, que entrou de rompante em palco, sem t-shirt – quase imagem de marca – com 64 anos e muita energia de fazer inveja a muitos trintões.

Iggy acompanhado de The Stooges, entra a abrir com “Raw Power” e parte sem piedade para “Search and Destroy” e daí para a frente nada ficou atrás desde início forte e agressivo a mostrar a personalidade forte deste senhor. Gritou bem alto “We are not a fucking comercial band” e continuou a mostrar a garra que já não esperávamos ter, terminando com “No Fun”.

Ainda fomos a tempo de relembrar o vocalista de Bloc PArty que veio em nome próprio ao palco Super bock. Kele faz sempre concertos de perder a cabeça, ninguém fica indiferente. E em poucos minutos, esta tenda está literalmente a dançar, de uma ponta à outra. De cabelo rapado entrou com o tema “Walk Tall” e ainda passou mais tarde por temas da sua banda como “The Prayer” e a mítica “One More Change”. Em forma calma e intimista deixou o tema “All the Things I Could Never Say” sem o terminar em alta performance a deixar o publico entregue a si de corpo e alma.

Numa corrida intensa e imensa, sim que estavam 40 000 pessoas no recinto era a vez de Dave Grohl fazer das suas, entravam os Foo Fighters, uns verdadeiros animais de palco.  Dave sabe muito bem o que fazer a multidões, basta falar para elas como se o tivesse a fazer para um grupo íntimo de amigos, parece fácil, não é?

A expressão de Dave Grohl parece nunca mudar com o passar dos anos, com sorrido estonteante sempre nos lábios, de cabelo a tapar a cara, com aquele ar rebelde, “Está igual”, e sim, parecia! Esta banda entra a prometer muitas músicas, Dave diz “We have a lot of songs” e tinham de facto, foram 2h30 de música sempre a abrir.

Antes de entrar com a “My Heroe” ainda pergunta aos frenéticos fãs se era a primeira vez que os viam ao vivo, e ao ver as resposta lançaram-se ao feito. De bandeira de Portugal em palco e com uma banda que só não dá o que não tem ouve-se temas como “Learn to Fly” em coro (grandes momentos em coro tivemos esta noite), a nova “White Limo” gravada com Lemmy Kilmiste dos MotorHead, “Arlandria”, “Breakout”.

Dave não parava de dizer “Mas querem ir já para casa?” com um público vibrante a querer mais e mais desta banda, e mais tarde ainda nos diz “não precisamos de computadores para gravar um disco, este – Wasting Light foi gravado na garagem numa cassete”. Não saíram sem partilhar o “Best of You” e a tão esperada “All my Life”. Saímos de lá com a sensação de que há bandas que temos de ver, pelo menos uma vez na vida.

Amanhã há mais.

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