Museu De Lisboa Inaugura Hoje A Exposição Debaixo Dos Nossos Pés – Pavimentos Históricos De Lisboa

Debaixo Dos Nossos Pés – Pavimentos Históricos De Lisboa é a mostra que o Museu de Lisboa inaugura hoje, no núcleo do Torreão Poente do Terreiro do Paço.

Nesta mostra, o Museu de Lisboa aborda as técnicas, os materiais, as formas, composições e cores que revestiram o chão que pisamos, desde a Pré-História até aos inícios do século XX, dando assim a conhecer outro olhar sobre Lisboa.

De acordo com os responsáveis da exposição, pretende-se através do estudo dos pavimentos “entender melhor a história de um local e a história das pessoas que o habitaram”.

E de que falamos quando falamos de pavimento? Do latim pavimentum, o termo significa a capa, ou o revestimento com que se cobre o solo. O pavimento como elemento arquitetónico, construído com recurso à utilização de materiais selecionados e trabalhados para esse efeito, foi uma consequência da sedentarização e representa uma evolução sofisticada na resposta a necessidades funcionais específicas do espaço edificado, seja ele interior ou exterior.
A visão ampla que esta exposição pretende fornecer quanto ao tipo de revestimento que terá existido em tempos tão recuados como a Pré-História, naturalmente só pode ser reconhecida arqueologicamente. E a arqueologia é o grande mote deste trabalho, pensado com o intuito de dar a conhecer algumas das muitas intervenções arqueológicas que têm sido realizadas em Lisboa nos últimos anos.
Ao estudar os pavimentos de Lisboa, damos conta que eles são simultaneamente causa e efeito da evolução citadina. Os impostos pedidos à população para o arranjo de ruas e calçadas imprimiu soluções distintas consoante os locais onde, economicamente, a população era mais rica. Do mesmo modo, a crescente utilização de coches, liteiras e seges obrigou a uma sistemática pavimentação e ao alargamento das ruas. Por seu lado, a introdução do automóvel, em finais do séc. XIX, obrigou a novos avanços tecnológicos. A «invenção» do sistema «Mac-Adam» deu solução provisória à questão de criar pavimentos mais regulares, mas suscitou posteriormente, por parte da população, injuriosos comentários ao pó que desse revestimento se libertava.
Em contraponto, as soluções tradicionais milenares não cessaram de se revelar adequadas e funcionais. Afinal, os materiais mais frequentemente utilizados continuaram a ser a pedra e a cerâmica, embora trabalhados de forma distinta.

Um destaque especial para a Calçada Portuguesa e a sua arte única: os rendilhados, as caravelas, as naus e os corvos e para os seus artífices, os quase extintos calceteiros, aqui retratados e relembrados, a mostra chama e dá a conhecer o chão de Lisboa ao longo dos séculos.

Comissariada por Lídia Fernandes, Jacinta Bugalhão e Paulo Almeida Fernandes, a mostra pode ser vista de 19 de abril até 24 de setembro de 2017, de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

Os bilhetes estão à venda online e no local e custam 3 euros.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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