Em Portugal, as primeiras referências ao que viria a ser classificado como Arte Déco, aconteceram em 1912 quando no âmbito da I Exposição dos Humoristas Portugueses Almada Negreiros timidamente alertou para a simbiose entre um estilo cosmopolita, elegante, bidimensional e que combinava o grafismo germânico e o francês. Na prática nasceu uma corrente futurista, uma vanguarda na qual se incluíram nomes como Fernando Pessoa ou José Malhoa.
Apesar do frenesim que se vivia nos meios boémios e intelectuais na Europa e mesmo com a evolução do grafismo como forma de expressão – que conheceu o seu apogeu nos anos 20 – foi apenas em 1925 que todo este movimento acabou por ser classificado como Arte Déco e após a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas que aconteceu em Paris.
Movidos pelas influências das novas tendências os artistas acabaram por encontrar caminhos distintos dentro da Arte Déco: dos simples desenhos às majestosas esculturas ou até ao cinema.
“ A Art Déco foi o primeiro estilo global e universal que o Mundo conheceu, largando-se a todas as expressões artísticas e a todos os aspectos da vida quotidiana e expandindo-se, ao longo dos Anos 30, dos horizontes franceses ao resto da Europa, Estados Unidos, América do Sul, África, China, Austrália e Japão. A promessa estética de felicidade nela contida, antídoto contra o trauma da I Guerra Mundial, foi também paliativo contra a crise económica dos Anos 30, e o movimento perdurou até à II Guerra Mundial”, explica o Curador Rui Afonso dos Santos.