Museu do Chiado acolhe mostra de Arte Déco em Portugal

O Museu Nacional de Arte Contemporânea/Museu do Chiado, em Lisboa, acolhe a exposição singular O Modernismo Feliz: Art Déco em Portugal: Pintura, Desenho, Escultura, 1912-1960. No total, sã 112 obras em destaque, muitas das quais inéditas organizadas pelo curador Rui Afonso Santos e que estão patentes ao público até ao dia 28 de Outubro.

Em Portugal, as primeiras referências ao que viria a ser classificado como Arte Déco, aconteceram em 1912 quando no âmbito da I Exposição dos Humoristas Portugueses Almada Negreiros timidamente alertou para a simbiose entre um estilo cosmopolita, elegante, bidimensional e que combinava o grafismo germânico e o francês. Na prática nasceu uma corrente futurista, uma vanguarda na qual se incluíram nomes como Fernando Pessoa ou José Malhoa.

Apesar do frenesim que se vivia nos meios boémios e intelectuais na Europa e mesmo com a evolução do grafismo como forma de expressão – que conheceu o seu apogeu nos anos 20 – foi apenas em 1925 que todo este movimento acabou por ser classificado como Arte Déco e após a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas que aconteceu em Paris.

Movidos pelas influências das novas tendências os artistas acabaram por encontrar caminhos distintos dentro da Arte Déco: dos simples desenhos às majestosas esculturas ou até ao cinema.

“ A Art Déco foi o primeiro estilo global e universal que o Mundo conheceu, largando-se a todas as expressões artísticas e a todos os aspectos da vida quotidiana e expandindo-se, ao longo dos Anos 30, dos horizontes franceses ao resto da Europa, Estados Unidos, América do Sul, África, China, Austrália e Japão. A promessa estética de felicidade nela contida, antídoto contra o trauma da I Guerra Mundial, foi também paliativo contra a crise económica dos Anos 30, e o movimento perdurou até à II Guerra Mundial”, explica o Curador Rui Afonso dos Santos.

Em Portugal o trabalho desenvolvido ultrapassou vários momentos entre os quais o Estado Novo ou a II Guerra Mundial. Em Lisboa, são três andares no Museu do Chiado onde o público pode ver, reviver e apreciar este género de arte ou filosofia de vida. Em paralelo, o espaço organiza visitas de estudo, visitas guiadas, ateliers para crianças e jovens durante as férias escolares e aos fins-de-semana. O museu fica na Rua Serpa Pinto e está aberto de terça a domingo, entre as 10h00 e as 18h00. Os ingressos custam 4 euros, embora crianças e jovens entrem gratuitamente e existam várias modalidades de desconto como os bilhetes de família, terceira idade ou os passes para os museus.

Por Sofia Rato
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