Museu Coleção Berardo apresenta a exposição O Novo Ofício

Reportagem de Clara Inácio

O Museu Coleção Berardo apresenta a exposição O Novo Ofício, comissariado pelo Filho Único, representado por Pedro Gomes, com obras de Alvin Lucier, Black Dice, Charlemagne Palestine, Edgard Varèse, Erik Satie, Excepter,  Fala Mariam, Gavin Bryars, Jandek,  John Cage, Le Corbusier, Leon Theremin, Lou Reed, Luigi Russolo, Marcel Duchamp, Maurice Martenot, Olivier Messiaen, Sei Miguel, William Basinski e Yves Klein.

O Novo Ofício reúne um amplo conjunto de trabalhos realizados por músicos ao longo do século XX até aos dias de hoje. Partindo de um núcleo histórico a mostra apresenta um conjunto de novos trabalhos produzidos para o efeito por vários músicos contemporâneos que dão continuidade às experiências pioneiras e expandem novas possibilidades para este domínio. As instalações ou objetos performativos são simultaneamente objetos musicais e visuais.

O percurso expositivo está dividida em duas partes, o primeiro bloco, integra obras de finais do século XIX; o segundo bloco é constituído por produções contemporaneaas inéditas. Paralelamente o visitante pode optar por dois roteiros, o primeiro propõe uma sequência narrativa com um horário circular; a segunda propõe um itinerário livre temporalmente, onde o visitante opta pelo que ouve e por quanto tempo.

De detacar os amplificadores a criarem feed-back, que tanto podem ser ouvidos numa harmonia de sons, como gerar um apocalipse acústico. William Basinski pegou em velhas fitas de cassete e colocou-as a tocar em baixa velocidade, num loop eterno, gravou este som e criou uma nova música e um novo som. Esta obra foi mostrada pela primeira vez o ano passado em Nova Iorque, por ocasião das comemorações do 10º aniversário do 11 de Setembro.

Os Excepter “são brilhantes” declarou Pedro Gomes, o representante do Filho ùnico, na apresentação à imprensa. Acrescentou ainda “Criaram esta peça para esta exposição. São músicos norte-americanos contemporaneos, que trabalham tanto o analógico, como o digital. Trabalham video, grafia, fotografia à muitos anos, e muito bem. O novo oficío é isso, é o encaixe de coerências, baseadas primeiramente na música”.

Os Black Dice criaram uma mesa de mistura com música nova do ponto de vista da composição e do som, com uma leitura psicadélica, resultado de quem já viajou muito. A peça tem dois rádios de carro, sempre em scan automático, com um gerador automático de música deles, conforme as estações de rádio captadas, o som sairá. Está também representado Sei Miguel, o melhor músico jazz português, segundo Pedro Gomes.

A mostra pode ser vista todos os dias, gratuitamente, até dia 26 de agosto, das 10h00 às 19h00, no Museu Colecção Berardo, no CCB.

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