Matiné Fadista Na Gala De Natal Da Rádio Amália

Reportagem de Madalena Travisco (Texto) e Joice Fernandes (Fotos)

Maria da Fé

Camané encerrou com: “(…) Quando é a alma que canta, é quando o Fado acontece” a Gala de Natal da Rádio Amália, numa matiné fadista que encheu o Salão Preto e Prata do Casino de Estoril no final de tarde de domingo dia 18.

E foram muitos os ouvintes da estação, os apreciadores de Fado que, conjuntamente com a equipa de profissionais da estação 92.0, ficaram de olho arregalado, ouvido acalentado e de alma cheia com tal gala de Fados.

Cada fadista trouxe os votos de Santo Natal e, essencialmente de saúde para 2017, com três canções.

Nathalie com “Vem, Não Te Atrases”,  “Chapéu Escuro” – o primeiro single do trabalho já editado Fado Além e, com a autorização da própria, uma pequena homenagem à grande Maria da Fé com a “Noite Cerrada”.

Os Sangre Ibérico fizeram bater o pezinho com “O Meu Primeiro Amor”, “Meu Fado” e o primeiro tema gravado e já disponível nas plataformas digitais: “Cavalgada” de Roberto Carlos, com toques rumba. Acompanharam ainda a atuação de José Gonzalez numa parceria em “É sempre assim”.

Fábia Rebordão irrompeu com energia em “Pergunta a Quem Quiseres”, “Limão” e o seu “Falem Agora” com letra de Jorge Fernando: “(…)Quem diz que viu, quem mente, essas coisinhas, nas costas de outra gente, eu vejo as minhas (…)”.

José Gonzalez voltou para “Deus Gosta de Fado” e “Não Cantes Esse Fado”,  uma vez que o primeiro tema tinha sido partilhado com os Sangre Ibérico.

“Acho Inúteis As Palavras” foi o primeiro tema de Marco Rodrigues antes do fado “Trigueirinha” e uma homenagem a Max com “Rosinha dos Limões”.

Jorge Fernando – indiscutivelmente um dos compositores mais cantados da música portuguesa – trouxe três canções da sua autoria com apelos a que fossem cantadas também pelo público. “As coisas vulgares que há na vida não deixam saudades/ só as lembranças que doem ou fazem sofrer (…)” da “Chuva”, “Quem Vai Ao Fado, Meu Amor, quem vai ao fado/leva no peito algo de estranho a latejar (…)” de “Quem Vai ao Fado” e o “Fado Natal” como homenagem àqueles que já não estão presentes.

A grande fadista que prometeu cantar até que a voz lhe doa – Senhora Maria Fé – levantou seniores das cadeiras. Com uma enorme presença em palco reconheceu uma plateia próxima da sua geração: “Já são 74 que cá cantam. Tenho muita vaidade e muito orgulho nesta idade.” Trouxe “Valeu a Pena”, “Fado Errado” e “Divino Fado”.

E valeu a pena esta gala da Rádio Amália. Matiné encerrada com Camané com “Quando o Fado Acontece” antes de “Lume” e “A Correr”:

“Corre a gente decidida
Pra ter a vida que quer
Sem repararmos que a vida
Passa por nós a correr
Às vezes até esquecemos
Nessa louca correria
Porque motivo corremos
E para onde se corria (…)”

Uma nota ainda para os músicos que acompanharam os fadistas: José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença, Paulo Paz, Guilherme Banza, Rogério Ferreira, Francisco Gaspar, José Ganchinho, João Domingos, Bruno Chaveiro e Ivo Costa nas percussões.

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