Pare e escute é o desafio que o Lisboa Soa lança, entre 14 e 17 de setembro. Este Encontro de Arte Sonora, Urbanismo e Cultura Auditiva tem lugar na Estufa Fria, em Lisboa, e procura aprofundar a reflexão sobre o som e pensar na escuta.
O programa abre, durante quatro dias, as portas à descoberta de workshops, instalações site-specific, performances e concertos de artistas nacionais e internacionais que exploram as características físicas do espaço envolvente, levando a audiência a fruir, aprender e refletir sobre o ambiente acústico que a rodeia através da interação com as obras e os próprios criadores.
O festival abre dia 14, com a performance de Adriana Sá e John Klima. “Prática das Cordas” combina cordas, longos arames esticados no espaço e sons pré-gravados numa homenagem lúdica aà teoria das cordas, a mesmo que afirma que toda a matéria é formada por pequenos filamentos de energia, descrevendo como os mesmos se propagam pelo espaço e interagem uns com os outros. Logo depois, a sound artist e designer ambiental inglesa Mileece, artista que combina arte e tecnologia para instigar e animar a conexão humana com as dimensões escondidas e vivas da natureza. Será assim a oportunidade de ver o jardim da Estufa Fria transformado em orquestra com os sons harmónicos que traduzem impulsos bio-elétricos aplicados às folhas das plantas.
No dia 15, destaque para os norte-americanos Jen Reimer e Max Stein, dupla que tem explorado a ressonância e a natureza acústica dos espaços urbanos. Combinando trompa ao vivo e processada e gravações de campo com o ambiente sonoro do lugar da performance, vão criar uma experiência imersiva e fisica de som e espaço. André Gonçalves e a sua “Música Eterna” levam-nos logo depois numa viagem sonora de fazer perder no tempo e na contemplação.
Sábado, o argentino Juan Sorrentino – em residência desde Agosto – apresenta “Motto”, concerto resultado do seu workshop. Os oito artistas/participantes terão mochilas de som, equipadas com microfones, que, amplificando os sons da Estufa Fria, irão transformar os passos, os ramos e o vento nas árvores em instrumentos. A pauta é traduzida num mapa físico, delineando cada movimento dos artistas. O dia termina com a grande estreia da eslovena AGAPEA aka Saša Spaal com o seu “Sonic close-up com grilos ao vivo Acheta Domesticus” num diálogo entre as pessoas, animais e tecnologia.
No último dia, os portugueses Sonoscopia apresentam “Fauna”, uma re-recriação feita a partir de uma estrutura electroacústica onde as fontes sonoras são distribuídas no espacço físico da Estufa Fria de Lisboa, cujas singularidades e particularidades acústicas e visuais actuam como elementos fulcrais no plano da composição e se transformam em matéria e forma musical.
Durante todos os dias do festivais, ainda oportunidade de participar em vários workshops e interagir com as instalações sonoras site-specific de artistas como Adriana Sá & John Klima, Cláudia Martinho ou João Ricardo.
O Lisboa Soa é um evento integrado nas festas da cidade Lisboa na Rua 2017 e co-produzido pelos Produtores Associados e Egeac, o Lisboa Soa é concebido pela investigadora portuguesa Raquel Castro. Teve a primeira edição em 2016, no Jardim da Tapada das Necessidades. O regresso está marcado de 14 a 17 de setembro.
A entrada é gratuita.
Consulte o programa completo no site.
Atualizado com fotografias a 22 de setembro