House, Metal, Folk E Um Toque De Brasil Na Última Noite De Super Bock Super Rock

Reportagem de António Silva, Tânia Fernandes e Marina Costa

O último dia de festival apelou ao moche com a banda de metal Deftones. Mas o cardápio era variado. A música irlandesa de James Vincent McMorrow encantou no palco edp, espaço que também se deixou embalar pela língua portuguesa, na versão brasileira, com Silva e Seu Jorge. Fatboy Slim juntou as diferentes tribos que participaram neste último dia de Super Bock Super Rock ao som da house music.

A música regressa ao Parque das Nações, nos dias 19, 20 e 21 de julho de 2018. A 24ª edição do festival Super Bock Super Rock conta já uma confirmação, avançada por Luis Montez, da Música no Coração: o músico Slow J tem lugar marcado no palco maior deste festival.

As distorções pesadas, os gritos agressivos e os sons eletrónicos dos Deftones trouxeram a este festival um conjunto significativo de admiradores desta banda oriunda da Califórnia. Esta é uma banda de metal alternativo, que pelo seu rock experimental se diferencia do género mais pesado. Chino Moreno, o vocalista, procurou, ao longo de todo o concerto, a proximidade com o público. E fê-lo fisicamente, descendo do palco e cantando durante muito tempo junto aos seus admiradores. Há quem tenha ficado abraçado ao seu ídolo durante longos momentos.

Com mais de vinte anos de carreira, os Deftones trouxeram ao Super Bock Super Rock um pouco do seu percurso. Tinham um álbum de 2016 para apresentar, Gore, mas preferiram percorrer os seus grandes êxitos mais antigos. Abriram a noite com “Headup”, do álbum Around the Fur, do final dos anos 90. Tocaram ainda “Change (In the House of Flies)”, “Back to School (Mini Maggit)”, “Rocket Skates” e fecharam com “Teething”, o tema que criaram para a banda Sonora do filme O Corvo.

O palco do Meo Arena fechou em grande ambiente de festa com a atuação de Fatboy Slim. Quentin Leo Cook, também conhecido por Norman Cook, é Fatboy Slim, um projeto que combina vários géneros musicais como house, acid funk, hip-hop e eletrónica. No ecrã, a sequência de vídeos era rápida e hipnótica, mas certo é que o recinto encheu e transformou-se numa discoteca gigante. Com os braços no ar, a responder à batida do dj, a noite fechou de forma eletrizante.

Antes, no palco edp, Seu Jorge apresentou The Life Aquatic: Tributo a David Bowie. O músico recuperou um trabalho editado em 2005, em que cantou as músicas de David Bowie, na língua portuguesa e presta-lhe assim homenagem, após a sua morte. Sozinho, com o seu violão, de gorro vermelho na cabeça, Seu Jorge respondeu à multidão que se juntou neste palco para o ouvir. Aproveitou também para contar a história deste trabalho, que surgiu na sequência de um convite para participação do músico brasileiro no filme A Vida Marinha com Steve Zissou, realizado por Wes Anderson. Na qualidade de ator, Seu Jorge surge em algumas cenas do filme a cantar músicas de David Bowie, em português. Na verdade, um pouco estranho ouvir “Ziggy Stardust”, “Changes” ou “Let’s Dance” na língua de Camões.

Antes James Vincent McMorrow trouxe uma folk irresistível ao palco edp. O irlandês tem um conjunto de canções melodiosas e com elas conseguiu criar um ambiente mais intimista. A atuar, pela primeira vez em Lisboa, James Vincent McMorrow mostrou-se bastante surpreendida com a empatia que criou com o público português. “Higher Love” foi um dos momentos altos do concerto.

Foster The People abriram o palco principal. A banda de Mark Foster, Cubbie Fink e Mark Pontius lança, na próxima semana um novo trabalho e apresentaram em Lisboa, o primeiro avanço, “Sit Next To Me”. A maior parte público estava para ver Deftones, mas a verdade é que vibraram com a sonoridade rock dos Foster the People.

Pela hora em que os palcos estão em plena atividade, atuaram os Taxiwars, que acabaram por ficar esvaziados de público. Ainda assim, na primeira fila estavam os admiradores deste projeto do belga Tom Barman, que integra a banda dEUS e Robin Verheyen, músico de jazz a viver em Nova Iorque. Com a interpretação muito particular de Tom Barman, deram momentos interessantes de rock, combinado com jazz.

Este último dia começou com um cocktail de jazz conduzido por Bruno Pernadas que se fez acompanhar de um conjunto de músicos. Perfeito para um final de tarde quente. Com o público a ocupar os recortes de sombra, seguiu-se Silva, o artista da nova geração brasileira que reinterpretou as canções de Marisa Monte e trouxe uma pop indie. Mostrou-se feliz de estar em Portugal no verão e teve uma receção calorosa no palco edp.
O Palco LG abriu com o rock duro dos Stone Dead, de Alcobaça. Uma espécie de aquecimento para, mais tarde, os Deftones e fechou com Sensible Soccers, uma banda que criou um ambiente especial, com a sua sonoridade cinematográfica.

Menos gente no recinto e mais pessoas a aproveitar as zonas de lazer, foi o que se verificou neste último dia de festival. Pessoas a circular pelas zonas de diversão do festival e a aproveitar, de forma descontraída os concertos.

O festival Super Bock Super Rock já está a preparar a próxima edição, que terá lugar entre 19 e 21 de julho de 2018 no mesmo recinto.

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