Entre os espectadores que fizeram questão de ouvir de perto os músicos que já passaram pelo palco do Castelo de Sines e os que optaram por ficar fora das muralhas e assistir aos concertos através das telas instaladas na rua, a organização do FMM, a cargo da Câmara Municipal, estima que já tenham passado por Sines, entre os dias 19 e 21, cerca de 16 mil pessoas. E ainda faltam cinco dias e 21 concertos de músicos dos “quatro cantos do mundo”.
Mas mais importante que os números, é a experiência proporcionada pelos espetáculos, muito bem recebidos pelo público que, embora não tenha lotado ainda o recinto entre muralhas, foi crescendo visivelmente entre quinta-feira e sábado.
A passagem do guitarrista Marc Ribot, que esteve em palco com os ‘Cubanos Postizos’ na noite de sábado, mas também, ainda durante a tarde, com os portugueses ‘Dead Combo’, foi uma das mais marcantes do primeiro fim-de-semana do FMM, bem como de ‘Oumou Sangaré & Béla Fleck’, no mesmo dia, e ainda ‘Bombino’, na sexta-feira, todos com espetáculos destacados pelo diretor artístico do festival, Carlos Seixas.
Também a folk nórdica dos finlandeses ‘Frigg’ e o projeto que junta o cantor árabe Lofti Bouchnak ao grupo europeu de rock progressivo ‘L’enfance Rouge’, com estilos bem diferentes, cativaram o público do Castelo na noite de sexta-feira, que terminou com a fusão da música de dança com instrumentos de sopro e de cordas dos mexicanos ‘Clorofila + Los Mezcaleros de La Sierra’.
Após dois dias de “descanso” o FMM regressa hoje para mais cinco noites de muita música, mas também mais ateliês, exposições, feira do livro e do disco, cinema documental e conversas com escritores.
Esta noite, pela primeira e única vez este ano, o FMM entra no auditório do Centro de Artes de Sines. A música minimalista, que conjuga a voz de Jessica Kenney e a viola de Eyvind Kang, vai fazer-se ouvir no auditório do Centro de Artes, para um público reduzido, já que a lotação ronda os 200 lugares. Por esse motivo, embora as entradas sejam livres, é necessária uma reserva prévia. O único concerto recebido no Centro de Artes de Sines na 14.ª edição do FMM, começa pelas 22h00.
Na quarta-feira (25), há mais dois espetáculos de acesso gratuito. No Castelo de Sines, 15 músicos, cantores e bailarinos trazem a tradição da região de Apúlia, em Itália, com ‘Ensemble Notte Della Taranta’, a partir das 22h00. Segue-se a estreia do palco do pontal, junto à baía de Sines, que cabe ao caboverdiano radicado em Portugal, Bilan, com música cantada em crioulo, mas com uma abordagem urbana e cosmopolita.
Nos últimos três dias de festival, geralmente os que atraem maior número de pessoas a Sines, o programa “retoma” o formato “habitual”, com espetáculos a decorrer intercalados entre o Castelo e o pontal, a partir das 18h45.
Embora tenha havido alteração do local dos concertos na marginal, passando da avenida Vasco da Gama, atualmente em obras, para o pontal (junto ao porto de recreio), o diretor artístico do FMM, Carlos Seixas, não acredita que isso altere a dinâmica existente entre os locais onde decorrem os espetáculos.
“Tentámos evitar ao máximo que a dinâmica fosse alterada”, disse, lembrando que são apenas “mais uns passos” para lá chegar. “Claro que as escadinhas [que descem a falésia junto ao Castelo] facilitavam muito esta dinâmica de deslocação, mas penso que não vai ficar muito alterada”, acrescentou.
Os portugueses Couple Coffee, Uxu Kalhus, Diabo a Sete e Orquestra Todos, são os primeiros concertos de final de tarde, todos gratuitos, agendados para quinta, sexta e sábado.
Astillero (Argentina), Fatoumata Diawara (Mali), Dubioza Kolektiv (Bósnia-Herzegovina) e os “repetentes” Staff Benda Bilili (República Democrática do Congo), que com uma atuação explosiva em 2010 conseguiram meter o castelo a dançar, sobem ao palco na quinta-feira.
Kouyaté-Neerman (França/Mali), Dhafer Youssef Quartet (Tunísia), Mari Boine (Noruega), Zita Swoon Group (Bélgica/Burkina Faso) e Juju (Gâmbia/Reino Unido) atuam na sexta-feira.
No sábado, dia de encerramento do Festival Músicas do Mundo 2012, há ainda para ver espetáculos de Socalled (Canadá), Hugh Masekela (África do Sul), Tony Allen’s “Black Series” Feat. Amp Fiddler (Nigéria/EUA), Jupiter & Okwess Internacional (República Democrática do Congo) e Lirinha (Brasil).
A música só acaba com o sol a raiar, com diferentes Dj’s em cada noite a dar música aos mais resistentes, a partir das 4h00, junto à praia de Sines.