Festival de Cinema de Terror de Lisboa homenageia realizador de “Hostel”

Por Catarina Delduque

Eli Roth, que ao realizar filmes como Hostel 1 e 2, está na origem da expressão e do sub-género “torture porn”, será o convidado de honra da 5ª edição do MOTELx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, que este ano decorre entre 7 e 11 de Setembro, no Cinema São Jorge, e vai colocar a concurso 12 curtas de terror portuguesas.

“O Eli Roth é dos realizadores mais influentes no cinema contemporâneo”, disse ao Canela & Hortelã João Monteiro, um dos directores do MOTELx.

O convidado de honra do festival terá em retrospectiva os seus três filmes, nomeadamente “Cabin Fever” (2005) e os dois “Hostel” (2005 e 2007).

Um dos pontos altos do MOTELx é o concurso de curtas portuguesas de terror. Este ano foram submetidos 70 filmes, dos quais 12 foram seleccionados. O vencedor será apresentado no último dia do festival. O Júri para as curtas é constituído por Nicolau Breyner e pelo realizador Frederico Serra (“Coisa Ruim”), estando ainda por anunciar um terceiro membro.

O número de curtas a concurso tem vindo a crescer desde o início, referiu João Monteiro ao Canela&Hortelã, acrescentando que no primeiro ano o festival recebeu 30 curtas-metragens.

“O nosso objectivo é estimular o cinema de terror português”, explica o director, que acrescenta que “80% dos filmes que recebemos são feitos de propósito para o MOTELx”.

“Em cinco anos conseguimos, pelo menos, mudar alguma coisa no cinema do género em Portugal”, diz ainda. Segundo João Monteiro, algumas das curtas-metragens que passam no concurso já começam a ser exibidas em festivais de cinema no estrangeiro.

A programação do MOTELx 2011 tem já 20 filmes na secção principal do festival, Serviço de Quarto, em que se denota uma forte presença de produções norte-americanas, com destaques para o novo filme de John Carpenter, “The Ward” (2010), “Mother’s Day” (2010), de Darren Lynn Bousman, que assinala o regresso de Rebecca De Mornay, “Stake Land” (2010), de Jim Mickle, descrito como “épico apocalíptico”, “The Violent Kind” (2010), de The Butcher Brothers, “The Shrine” (2010), de Jon Knautz, sobre cultos satânicos, e ainda “The Woman” (2011), um dos filmes mais controversos do último Festival de Sundance, nos Estados Unidos.

O cinema asiático volta a estar presente no festival, nomeadamente através de uma mini-retrospectiva do realizador japonês Sion Sono, onde se incluem “Suicide Club” (2001), “Strange Circus” (2005) e “EXTE: Hair Extensions” (2007.

Os filmes japoneses que fazem parte do programa do MOTELx incluem ainda “Deadball” (2011), “Cold Fish” (2010) e “Confessions” (2010), descrito na programação do festival como um “incómodo estudo sociológico das origens da violência infantil no Japão.

A presença asiática inclui ainda o filme tailandês “Who R U?” (2010), o indonésio “The Forbidden Door” (2009) e o filme de Hong Kong “Dream Home” (2010).

Da Europa, “Burke & Hare” (2010), produção britânica, marca o regresso do norte-americano John Landis, que foi convidado de honra do festival em 2009. Os filmes europeus a serem exibidos no festival incluem ainda o britânico “Little Deaths” (2011) de Sean Hogan, Andrew Parkinson e Simon Rumley, ou “Sennentuntshci: Curse of the Alps” (2010), de Michel Steiner, uma co-produção suíço-austríaca “que foi o maior sucesso de bilheteira dos últimos anos na Suíça”.

Na secção “Quarto Perdido”, que recupera filmes de terror portugueses, o MOTELx vai exibir “O Barão” (2010), de Edgar Pêra, que retrata a vida de um barão “ditador e caciquista”, e a adaptação livre das “Cartas” de Mariana Alcoforado, “Cartas de Amor de uma Freira Portuguesa” (1977), assinada por “Jess” Franco, numa produção alemã e suíça, que conta no elenco com nomes como Ana Zanatti, Vítor de Sousa, Herman José ou Nicolau Breyner.

A pensar nos mais novos, o MOTELx tem a secção Lobo Mau, que este ano é dedicada às personagens míticas do folclore nórdico, os trolls. Em parceria com o Museu da Marioneta, o festival vai realizar um workshop para os participantes entre os 13 e os 16 anos criarem o seu próprio troll. Isto, depois de assistirem ao filme norueguês “Troll Hunter” (2010), de André Ovredal.

Em 2010 a quarta edição do MOTELx registou cerca de 10 mil espectadores.

 

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