Festival “Bons Sons” anima aldeia de Cem Soldos este fim-de-semana

A aldeia de Cem Soldos, no concelho de Tomar, recebe de 20 a 22 de Agosto, a terceira edição do festival bienal de música portuguesa “Bons Sons”, que alia a descoberta de projectos emergentes a músicos consagrados.

O evento privilegia a música ao nível de “fusões, aculturações, descobertas, confluências e reuniões de vários géneros musicais como: jazz, folk, blues, tango, reggae, clássica, fusão, tradicional portuguesa, fado, cabaré, fanfarra, electro-acústica experimental”, entre outras, explica a organização.

Fausto foi o nome escolhido para encerrar o festival, num espectáculo que terá lugar às 22h00 do dia 22 de Agosto, cabendo a abertura a Princezito (dia 20 às 21h00), o músico que vem ao festival representar o país lusófono convidado, Cabo Verde.

O festival decorre dentro da aldeia, em palcos destinados a diferentes tipos de música, assim, o público pode contar com algumas actuações, que aliam a música à dança e ao teatro, no auditório, entre as quais, o espectáculo performativo Madmud,de Tânia Carvalho, uma projecção de curtas no âmbito do projecto “Curtas em flagrante” e música para bebés pela Associação Canto Firme. Já o Centro de Exposições vai acolher as obras de Vasco Mourão e de Nuno Coelho, ao passo que a igreja paroquial recebe concertos intimistas, através do projecto “Música na Igreja”.

Ao ar livre há ainda o Palco Lopes-Graça e o Palco Giacometti – dois espaços que celebram duas personalidades importantes da música portuguesa –, o primeiro para abrir as noites, o segundo para seguir noite dentro com os espectáculos ‘mais vibrantes’, antes dos DJs abrirem o palco das Noites Longas.

No encerramento de cada uma das noites, três DJ’s criam ambientes sonoros distintos ao som de Electro, Indie, Rock, Retro, Punk, entre outros.

Para a tarde de domingo, 22, está prevista uma arruada no largo central de Cem Soldos, com grupos de música tradicional portuguesa que vão mostrar como se consegue aproximar públicos de gerações diferentes. Complementa o evento, uma feira de marroquinarias e artesanato que durante os três dias espalha-se pelas ruas do centro de Cem Soldos, mostrando artigos de vários artesãos e coleccionadores nacionais. Na aldeia vão também funcionar alguns dos restaurantes mais carismáticos de Tomar.

O festival tem ainda como atracções principais a festa klezmer (artilhada de aromas árabes, ritmos ciganos e fascínio nova-iorquino) dos Melech Mechaya, os “fados-western-mouriscos” dos Dead Combo, o fado exótico de Lula Pena, a guitarra virtuosa de Norberto Lobo, o “folque(lore) muito erudito” de B Fachada, o baile rock dos Diabo na Cruz, a linguagem intercontinental dos Dazkarieh, o caldeirão festivo dos Terrakota, as experiências em acordeão dos Danças Ocultas e o inconformismo poético de Fausto.

Também por lá passam Princezito (afrobeat com ligação directa a Cabo Verde), Diabo a Sete (“espécie de cozido à portuguesa” musical), as Adufeiras de Monsanto e os Cantares Alentejanos de Serpa, sem esquecer a música para crianças. As noites são prolongadas com as selecções de Nuno Coelho, MissBoopsieCola e Blackbambi.

Ao longo do festival, o visitante pode contar também com o espectáculo performativo Madmud (de Tânia Carvalho), com a exibição da sessão de cinema “Curtas em Flagrante” da Associação Cultural Elemento Indesejado e com exposições (Obsessão, do arquitecto e ilustrador Vasco Mourão, e Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra, sobre o conflito israelo-palestiniano, de Nuno Coelho e Adam Kershaw). Nessas deambulações irá conhecer a Tixa, que poderá levar para casa em vários formatos. A Tixa é a lagartixa-mascote do festival, que foi feita à mão no seio do projecto trans-geracional “Avós e netos”.

A organização é do Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), que em 2006 celebrou 25 anos de existência com o arranque deste festival. Face ao crescente sucesso deste evento, que na última edição contou com cerca de 35 mil visitantes, a Câmara Municipal de Tomar apoia este ano a organização do festival.

Foi criado um parque de campismo, pronto para acolher 800 pessoas, havendo ainda possibilidade de alojamento na aldeia e ligação por transfer a Tomar, cidade que fica a cinco quilómetros.

Os bilhetes diários custam seis euros e o geral (que inclui a estada no parque de campismo) 10 euros.

Texto de Cristina Alves
Foto de Francisco Lourenço
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