Festas do Senhor Santo Cristo animam ruas de São Miguel, nos Açores

Decorrem até dia 13 de Maio, em S. Miguel, nos Açores, as Festas do Senhor Santo Cristo, tidas como uma das mais importantes celebrações religiosas portuguesas, às quais acorrem milhares de fiéis vindos dos EUA, Canadá, das diversas ilhas açorianas, continente e de outros pontos do mundo.

Todos os anos, antes dos festejos, o Mosteiro da Esperança e a Praça 5 de Outubro são engalanados com milhares de lâmpadas, mastros, bandeiras e flores de mil cores para a festa, que dura vários dias, com serviços religiosos, concertos, e a procissão no domingo, que é o ponto alto dos festejos.

A procissão, que percorre as principais ruas da cidade até ao anoitecer, é composta por elementos de várias associações, banda filarmónica, povo anónimo e proeminente da cidade, e tem na sua atracção principal, a imagem do senhor santo Cristo, num andor de veludo e ouro, trono de flores de seda do séc. XVII, no corpo principal do tesouro destacam-se o Resplendor, a Coroa, o Relicário, o Ceptro e as Cordas, cujo valor é considerado incalculável

As celebrações das festas do senhor santo Cristo remontam a 1700, data apontada para a primeira procissão realizada em Ponta Delgada., diz a história que o culto do Senhor Santo Cristo começou no Convento da Caloura, em Água de Pau, em S. Miguel, erguido pela vontade das filhas de Jorge da Mota de Vila Franca do Campo. Para o estabelecimento de uma comunidade religiosa, era necessário na altura, uma bula papal, para a obterem, duas freiras foram nomeadas para ir a Roma obter o documento, que vieram a receber do Papa, juntamente com uma imagem do Ecce Homo, que trouxeram para o convento em Vale de Cabaços.

Devido aos vários ataques de piratas o mosteiro foi abandonado e a imagem levada, para o Mosteiro da Esperança, em Ponta Delgada. A primeira procissão começou espontaneamente a 13 de Abril de 1700, por iniciativa dos fiéis, que assustados pelos fortes e repetidos tremores de terra começaram a rezar e a cantar à porta do mosteiro e retiraram a imagem num andor. Segundo os relatos, durante o percurso a imagem caiu ao chão inexplicavelmente e ficou quase intacta, o povo incrédulo pelo acontecimento começou a martirizar-se, a chorar e a gritar pelo perdão de Deus, tendo a imagem recolhido ao mosteiro ao fim do dia, uma tradição que se repete anualmente, no quinto domingo depois da Páscoa.

Esta festa tem também uma vertente profana, feiras de actividades económicas, exposições e barracas de comes e bebes.

Por Elsa Furtado
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