A Monstra 2012, que terá como país convidado a Alemanha promete “muitas coisas interessantes”, com um programa “bastante alargado”, sugestivo e “bastante diferente naquilo que possam ser as suas abordagens”, disse ao Canela & Hortelã, Fernando Galrito, director do Festival de Animação de Lisboa, que refere também que o balanço deste ano “é mais uma vez positivo”.
Em termos de animação europeus a Alemanha é “talvez um dos mais fortes”, nomeadamente a nível histórico uma vez que foi aí “que começaram os primeiros embriões da relação da animação com as outras artes, nomeadamente com a animação mais experimental”, explica Fernando Galrito.
Desde o inicio do século XX nomes da animação experimental como Oskar Fischinger, ou Hans Richter estabeleceram uma relação com outros artistas plásticos, no movimento futurista, e depois com outros movimentos da primeira metade século XX, exemplifica o director da Monstra que refere que também nos nossos dias a Alemanha “continua a ser uma cinematografia marcante, em termos da relação artística da animação e a autoral”.
Ou seja, explica, a ideia é de apostar na relação de transversalidade do cinema de animação com as outras artes: “queremos fazer isso e muito especialmente estamos a tratar de uma cinematografia que é bastante experimental, onde isso é facilmente realizável, este tipo de contactos entre artistas actuais, seja os de que área for, com a arte da animação desse tempo”.
Nesse sentido, na edição de 2012 “penso que haverá muitas coisas interessantes e penso que vamos ter um programa alemão bastante alargado, bastante sugestivo e ao mesmo tempo, também, bastante diferente naquilo que possam ser as suas abordagens”.
A nível dos workshops, a organização da Monstra irá trazer “alguns especialistas alemães, até porque na Alemanha existem pelo menos três grandes escolas de animação com as quais já temos também alguma relação e das quais queremos trazer alguns professores”.
A Monstra 2012 vai também manter a competição das super shorts, “que resultou bastante bem”, a competição de curtas dos estudantes, “e para o ano, como é um ano par, vamos fazer a competição de curtas-metragens de realizadores profissionais [nos anos ímpares, a Monstra realiza competições de longas-metragens]”.
Uma novidade será a competição para filmes portugueses em estreia, que o director da Monstra anunciou no encerramento do festival, este ano. “Queríamos encontrar um prémio que tivesse esta característica, que pudesse ser um prémio dado pelas pessoas todas que queiram doar um euro e possam fazê-lo do mundo inteiro… basta que depositem na conta”, explica.