Divina comédia abre 9ª edição do Festival Escrita na Paisagem no Alentejo

O Festival Escrita na Paisagem regressa ao Alentejo, em julho e agosto, para presentear os seus visitantes com  artes e linguagens contemporâneas, subordinadas ao tema global “Cosmopolíticas”. Com o financiamento do Governo de Portugal, Secretário de Estado da Cultura, Direcção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Évora, esta 9ª edição promete  oferecer uma programação que explora e acolhe o diverso, o estranho, o emigrante, o marginal, o profano, o subalterno e tantas outras figuras da tensão, da assimetria, enfim, da política.

Para dar alma  a este projecto, a Divina Comédia vai estrear em Portugal no dia  4 de julho e decorrerá até  a 7 de julho, e irá ocupar um palco extraordinário na paisagem alentejana, numa pedreira de mármore desactivada, situada em Vila Viçosa.

Este projecto, que resulta de um trabalho com início já em 2010, é uma co-produção da Colecção B / Festival Escrita na Paisagem com a companhia finlandesa Myllyteatteri, um grupo internacional de teatro estabelecido em Helsínquia desde 2003. Conta com o financiamento do Programa Cultura e envolve artistas provenientes de Portugal, Grécia, Japão e Finlândia.

Concebida pela encenadora finlandesa Miira Sippola, directora artística do Myllyteatteri, a peça Divina Comédia nasce com base no clássico escrito por Dante no século XIV  e conta com a forte inspiração estética em autores vanguardistas como Tadeusz Kantor, oferecendo uma forma única de um o poema épico ser  transformado pela arte do palco,  no eterno palco da mente humana.

Com inspiração na história do pensamento ocidental e forte tradição teatral, a companhia Myllyteatteri concebe, neste espectáculo, um novo espaço para o processo artístico, criando novas linguagens interpretativas, novas estéticas de palco com recurso a objectos, música, sons e luzes. Mais do que apenas o discurso ou a música, é a sinfonia dos elementos artísticos que constitui a grande aposta da Divina Comédia, uma exigente combinação de visualidade, dança e teatro a marcar o trabalho dos actores do grupo Myllyteatteri.

Texto de Margarida Vieira Louro

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