Chegou ao fim mais uma edição do Fantasporto com Hell e Avé arrecadando os principais prémios

Por Sara Peralta
Mais uma vez, este evento que é já uma referência do Mundo do Cinema, encheu o Porto de grandes filmes, tanto com grandes produções de cineastas conceituados como com filmes de autor e obras inéditas no país.

De entre a selecção de qualidade que compõe o festival, há que distinguir os melhores, e este ano coube a Hell de Tim Felhbaum conquistar o Júri da Secção Oficial de Cinema Fantástico com a sua visão apocalíptica ao bom gosto sci-fi, enquanto Avé de Konstantin Bojanov, contando a viagem de dois jovens pela velha Bulgária, conseguiu os prémios de Melhor Filme e Melhor Argumento na 22ª Semana dos Realizadores. O Prémio Especial do Júri foi para Bellflower de Evan Godell, e o de melhor realização para Susan Jackobson por The Holding, e nas curtas-metragens sagraram-se vencedores Lizard Girl e Colour Bleed em ex-aequo.

No domínio nacional a atenção dirigiu-se para um filme com uma história de impacto adornada por um humor cínico, A Moral Conjugal de Artur Serra Araújo, premiado com o Prémio Especial do Júri da Semana dos Realizadores (galardão que o realizador já havia arrecadado com o seu Suicídio Encomendado em 2007).

Outros destaques vão para Chinese Take-Away, “comédia agridoce e inteligente sobre a solidão, camaradagem e vacas que caem do céu” que valeu a Sebastián Borensztein o prémio de Melhor Realizador; Lena de Christophe Van Rompaey, “drama tocante sobre uma jovem que vê a vida mudar do Inferno para o Céu no dia em que se apaixona” que deu o prémio de Melhor Actriz a Emma Levie e conquistou uma Menção Especial do Júri dada a voz muito pessoal que o realizador expressa; a película de zombies Juan de Los Muertos de Alexandro Bruguès que venceu os prémios do Público e de Melhor Actor (Alexis Díaz de Villegas); e Lobos de Arga, comédia “bestial” galega de Juan Martínez Moreno que foi distinguida com uma Menção Especial do Júri Internacional e com o Prémio da Crítica.

Como tem sido hábito nos últimos anos, o International Film Guide atribuiu o seu prémio Inspiration Award a uma primeira obra apresentada no Fantasporto, galardoando Eva de Kike Maillo, agora com uma garantida ampla promoção internacional.

Novidade foram as secções competitivas destinadas ao Cinema Português, procurando proporcionar visibilidade aos cineastas emergentes, onde o júri atribuiu o Prémio de Melhor Filme a Nada Fazi de Filipa Reis e João Miller Guerra, e o de Melhor Escola de Cinema Portuguesa à Universidade Católica do Porto.

O programa paralelo Futuro Agora decididamente marcou o evento, salientando-se a parceria com a Faculdade de Ciências do Porto que organizou a inédita exposição de holografia, tendo a criação especificamente para o Fantasporto de um holograma tecnicamente muito avançado sobre Blade Runner dado um interesse especial à já de si fantástica exposição.

Um Dragão criado em aço fundido e ferro que recebeu diariamente quem visitava o Festival, foi o “convidado” mais fotografado do evento, tornando-se uma “mascote” de sucesso. O número de espectadores anuais continua a crescer e pensa-se ter atingido os 50 mil nesta edição.

Como fora anunciado antes do arranque do festival, este foi de facto o maior de sempre, com 406 filmes (80% europeus e 20% portugueses) exibidos em 188 sessões, sendo 90% dos filmes antestreias absolutas em Portugal, e 6 longas-metragens estreias mundiais.
Fechando a edição de 2012 com sucesso, o Fantasporto regressará com muito mais Cinema de 18 de Fevereiro a 3 de Março de 2013.

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