Central Tejo homenageia “O Povo” em exposição

Dentro do âmbito das comemorações dos 100 anos da República, o Museu da Electricidade, em Lisboa, apresenta uma exposição subordinada ao tema “Povo”, que propõe uma reflexão visual, estética, sociológica e política sobre as transformações que o conceito de povo tem sofrido ao longo dos tempos. O foco da mostra é Portugal ao longo do século XX.

Partindo daquilo que a organização considera ser “um olhar indagador, contemporâneo e multidisciplinar, simultaneamente retrospectivo e prospectivo”, a exposição procura mostrar os novos povos que há dentro de um povo e para isso explora 300 obras de arte e arquivos de som e imagem, obras de pintura, escultura, desenho e fotografia, vídeo e cinema, textos literários, documentos jurídicos, sociológicos e políticos, memórias e testemunhos populares e eruditos. Recorrendo a novas tecnologias, propõe-se a funcionar como uma instalação, em permanente interactividade com o Público/Povo.

Para além de uma proposta de busto para a República do século XXI, apresentado pelo escultor Rui Sanches, também Cabrita Reis e Hugo Canoilas criaram obras para esta exposição, comissariada por José Manuel dos Santos.

A pergunta “O que é o povo?” orientou a escolha das obras – onde se incluem ainda, entre outros, trabalhos de Almada Negreiros, Paula Rego, Vieira da Silva, José Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro ou Joana Vasconcelos. Mas também foi a pergunta colocadas a 40 personalidades portuguesas, que contribuiram com a sua resposta para o livro O que é o povo? (ed. Tinta da China).

Todos os presidentes do pós-25 de Abril – Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio e Cavaco Silva – dão o seu depoimento, juntando-se a personalidades como Otelo Saraiva de Carvalho, Jaime Nogueira Pinto, Maria de Lourdes Modesto, Frei Bento Domingues, João Braga, Graça Morais, Jerónimo de Sousa, José Sócrates ou Paulo Teixeira Pinto.

A exposição pode ser visitada até 19 de Setembro, diariamente das 10h00 às 18h00, e aos sábados até às 20h00, na Central Tejo, junto à estação fluvial de Belém.

Texto de Cristina Alves
Fotos de Elsa Furtado
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