O editor discográfico é David Ferreira, que também assina o texto que acompanha o álbum, onde afirma que Carlos Paião tinha “…tanto talento, que ainda hoje, vinte e cinco anos depois de ter deixado de nos surpreender com canções novas, nos confunde ele não ter sabido administrar melhor esse extraordinário dom”. O editor não resiste a acentuar o ser humano que era Carlos Paião, sem pose ou extravagâncias de artista, sempre disponível para a família, amigos, colegas e sempre pronto a dar resposta a pedidos de músicas, como foi o caso do Bamos Lá Cambada, que foi a resposta ao pedido para um hino não oficial para a selecção.
Paião foi surpreendido por uma morte prematura com apenas 30 anos, em 1988, deixando um legado invejável de músicas, que marcaram o panorama musical português, e continuam bem presentes e actuais. Segundo as próprias palavras de Paião “Eu defendo que o difícil é trabalhar o simples sem dar cabo dele. Complicar e baralhar é bastante mais fácil..”
Carlos Paião concorreu ao Festival RTP da Canção em 1981, com o tema Playback,vencendo e representando Portugal no Festival da Eurovisão, em Dublin. Em 1982 edita o seu primeiro álbum, Algarismos. Licenciou-se em Medicina em 1983. Colaborou com Herman José e escreveu para outros artistas, onde se encontram os nomes de Amália Rodrigues, Lenita Gentil, Mísia, José Alberto Reis, Alexandra.
Texto de Clara Inácio