António Zambujo Encerra o Ciclo Há Fado no Cais de 2015

Antonio ZambujoReportagem de Madalena Travisco (texto) e Joice Fernandes (fotografias)

De fatinho e gravata azul, António Zambujo encerrou o ciclo Há Fado no Cais de 2015, na noite de 18 de dezembro, com um grande concerto em torno da Rua da Emenda, no grande auditório do CCB. Com ele estiveram Ricardo Cruz no contrabaixo e direção musical, Bernardo Couto na Guitarra Portuguesa, Bernardo Viana na viola, José Miguel Conde no clarinete (que fazia 28 anos) e João Moreira no trompete.

No quarto tema “Flinstones”, depois de “Fatalidade”, “Casa Fechada” e “Valsa de um pavão ciumento”, todos da autoria de João Monge, a primeira revelação da boa disposição e sentido de oportunidade: Cantava “Eu sei que cheguei tarde/ mas tenho uma explicação (…)” ao mesmo tempo que um grupo atrasado de espectadores se deslocava para os lugares…

“Desculpem lá a brincadeira… Foi uma coincidência… É uma estupidez começar um concerto a horas!”

Seguiu-se “Barata Tonta” e “Canção de Brazaville” e a oportunidade de nomear João Monge, Maria do Rosário Pedreira e José Eduardo Agualusa como os principais colaboradores para os temas. Mais tarde, pela malandrice da letra de “Tiro pela culatra”, referiu: “Em todas as letras, quem as escreve não pensa em mim. Pensa em alguém mais atrevido (…)”

Do Brasil trouxe “Poema dos olhos da amada” de Vinícius de Moraes, antes de “Em quatro Luas” e de um “Foi Deus” irrepreensivelmente interpretado apenas com voz e contrabaixo que recolheu “Bravoooo!” e fortes aplausos.

Regressam todos para “Guia”, ficam as cordas para “Apelo”. Houve “Tiro pela culatra” e  “Fado desconcertado” antes de uma incursão pela “Lambreta” e “Eu ia pela rua” com espírito natalício à mistura.

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“Fortuna”, “Algo estranho acontece”, “Reader’s Digest”, “Flagrante” e “Pica do Sete” fechariam o alinhamento. Antes disso, os agradecimentos ao Museu do Fado e à EGEAC e os votos para um novo ano com coisas boas e bonitas. Depois disso, todo público de pé, ainda surpreendido pelo piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiica que o Zambujo soou e que ninguém conseguir acompanhar, nem de perto, mesmo tendo partilhado os refrões.

No primeiro encore, trouxeram “A tua frieza gela” e “Zorro” mas o público não demoveu. Os aplausos, novamente de pé, só sossegaram quando Zambujo regressou, desta vez com a viola, para duas tradicionais modas alentejanas (“Fui colher uma romã” e “Dá-me uma gotinha de água”).

 “Como a médica que me operou está aqui hoje, eu vou mostrar-lhe que já estou curado e que já posso tocar… “.

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